Seminarista Tobias, conte com as orações da Família Padre Victor.
Beato Padre Victor: sacerdote de grande coração
Falar do Beato Padre Victor é sempre uma alegria. É falar daquele que, com jeito simples e de coração aberto, acolhia homens e mulheres, adultos e crianças para conduzi-los à fé e estar próximo deles. Mesmo depois de estar junto de Deus, Padre Victor continua a conduzir uma grande multidão, que hoje, como devotos, se aproximam de Deus pela sua intercessão.
Desde criança, a data de 23 de setembro me era especial. Dentre as diversas romarias que saíam para a cidade de Três Pontas – MG, em uma delas estava meu pai, Márcio (in memorian). Sempre na noite do dia 22 de setembro, a pé, se colocava a caminho com destino a Três Pontas para pedir a intercessão de Padre Victor. Dentre seus pedidos, sei que em um deles, eu estava lá; afinal, quando criança, tinha fortes crises de sinusite e, com frequência, ficava doente. Recordo-me que, em cada ida sua a Três Pontas, eu ficava lá, em casa, com minha mãe, Suelene, esperando que ele pudesse trazer algo. Sempre vinha com algo que me colocava um sorriso nos olhos. Uma vela, uma medalhinha, um terço, até que um dia me trouxe um pequeno quadro com a popular estampa de Padre Victor ao lado de uma cadeira.
Lembro que, por muitas e muitas vezes, havia-lhe pedido. Afinal, como criança, não havia ainda ido a Três Pontas; via um pouco do que acontecia pelas reportagens que passavam
na televisão, pela EPTV. Poder olhar todos os dias para aquele pequeno quadro era uma alegria sem fim. Cuidava dele de modo extremo; afinal, ali estava algo importante para mim, acompanhava-me em minha casa um fiel intercessor. Lembro-me também de que, nos anos próximos, tive a oportunidade de ir a Três Pontas. Não me recordo o número de vezes, mas me recordo de uma delas.
Ao acabar a missa, com a Igreja Matriz repleta de devotos, era até mesmo difícil de se locomover. Sair da Igreja e passar pelo túmulo, onde se encontravam os restos mortais, no fundo da Igreja, era ainda mais difícil. A fila geralmente contornava o quarteirão e podia-se demorar bem mais de uma hora para chegar até lá. Na esperteza de criança, diante de tantas pessoas e de tanto tumulto, resolvi ir até o túmulo sem querer esperar muito e, para isso, entrei pelo lado contrário da fila. Enquanto todos iam passando e saindo, consegui entrar e ali permanecer por alguns minutos. Tenho comigo nitidamente esta imagem em minha memória e a guardo com grande carinho.
O tempo foi passando e sempre continuei a ir a Três Pontas e a cultivar um carinho especial pelo Beato Padre Victor. Lembro-me de estar presente no dia da beatificação, ainda que longe, mas ali estava e também no dia seguinte, em que a procissão luminosa saía do Carmelo. Não por coincidência, mas por providência, naquele dia meu pai foi chamado, nos meios de tantas pessoas, para conduzir uma das bandeiras que iam à frente da procissão. Afinal, aquele que por tantos anos ali esteve para pedir a sua intercessão, pôde também nesta data especial estar ali para colaborar.
Aos longos desses anos de seminário, estar presente na festa do Beato Padre Victor, para mim, era algo muito especial. Participar das celebrações, ver tão grande manifestação de fé e carinho por tão grande homem que dedicou a sua vida sobretudo aos pobres e a Deus era e é algo inexplicável. Sinto-me muito feliz por poder ser parte desta história como devoto, reconhecendo-o como um sacerdote zeloso e podendo alimentar a minha vocação segundo seu exemplo de fé. É sempre uma alegria estar em Três Pontas, no atual Santuário Diocesano Nossa Senhora d’Ajuda, onde se encontram os restos mortais do querido Beato Padre Victor, rezando por mim e por minha família. Que o Beato Padre Victor interceda por todos os seus devotos e, de modo muito especial, por todas as vocações, para que aflorem cada vez mais e possam crescer segundo o coração do próprio Cristo.
Tobias de Oliveira Coelho.